257. Baixa Idade Média

Em nosso último texto abordamos a queda de Roma e a tumultuada Alta idade Média. O assunto continua, com a decadência do Feudalismo.

O século XI marca o auge do feudalismo. Por sua vez, obviamente também marca o declínio desse sistema, assim como a transição da Alta para a Baixa Idade Média. . Imagem: Internet.

.

Baixa Idade Média

O século XI marca o final da Alta Idade Média. Uma série de acontecimentos movimentou a Europa naquele momento. Regiões não agricultáveis se tornaram produtivas graças a avanços tecnológicos e o cavalo passou a ser usado como tração animal. A produção no campo disparou.

O excedente passou a ser comercializado, gerando um renascimento do comércio na Europa. A população também cresceu. Esses fatos levaram a volta das moedas, relativamente esquecidas por um tempo.

A partir do século XI a população europeia cresceu, gerando mais força de trabalho e mercado consumidor. Imagem: Internet.

.

A cada geração os nobres repartiam terras entre seus descendentes. Com isso, o poder de cada um foi diminuindo, gerando inúmeras disputas por terras e fronteiras. Com isso, se fez necessário um poder central cada vez maior, promovendo o retorno da força dos monarcas frente aos nobres.

As Cruzadas

Um grande evento da Idade Média teve início com o Papa Urbano II, convocando todos os cristãos a uma guerra religiosa contra o Islã. Esse movimento gerou as Cruzadas, expedições em direção ao Oriente Médio com o propósito de “recuperar” Jerusalém, última cidade visitada por Jesus Cristo e onde ele foi crucificado.

As Cruzadas duraram de 1.095 a 1.291, um banho de sangue entre cristãos e muçulmanos. Na verdade, sabemos que por trás da religião existia a necessidade de expandir mercados consumidores e ampliar as terras para os nobres e a Igreja. A palavra de Jesus mais uma vez foi deturpada para interesses particulares.

A ordem dos Cavaleiros Templários foi a mais poderosa da cristandade. Também foi também uma das mais curtas, com dois séculos de existência, foi aniquilada pelo rei da França, Filipe IV, o Belo. Imagem: Internet.

.

Essas missões armadas desbravaram rotas de comércio, trazendo para a Europa novos produtos, que ficaram conhecidos como especiarias (cravo, pimenta, gengibre, tecidos, anil, …). As trocas comerciais voltaram a estar em alta.

As estradas não eram confiáveis, sempre existiam saqueadores, além de cobranças de impostos pelos donos das terras. Então, os vendedores resolveram criar pontos fixos de vendas, algo parecido com as feiras de hoje. Dessa forma, o consumidor se direcionava ao produto e não o contrário.

Ao redor desses pontos, estrategicamente posicionados em encruzilhas, foram surgindo pequenas vilas, evoluindo para cidades ao longo do tempo. Foram sendo fortificadas e passaram a ser chamadas de burgos. Os comerciantes que moravam nesses locais passaram a ser chamados de burgueses, dando origem ao termo atualmente usado para pessoas de posse. Obviamente, naquele momento inicial, eles nada tinham de ricos, apesar de já controlarem o incipiente comércio da época.

Exemplo típico do que eram os burgos, cidades muradas onde o comércio florescia. Em alguns casos os nobres também viviam dentro da cidade murada. Imagem: Internet.

.

A situação exigia mudanças e a própria burguesia medieval via com bons olhos a centralização do poder em um rei, dando maior tranquilidade a região, além de unificar medidas e moedas. A criação dos modernos Estados europeus teve início após estas mudanças.

Inquisição

Voltando um pouco na história, durante a Baixa Idade Média tivemos uma caça impiedosa. Tudo tem início com o sincretismo religioso, mistura de cristianismo com outras seitas, algo que desagrava muito a Igreja Católica. Os adeptos dessas misturas eram chamados de hereges.

Um povo em especial chamava a atenção, os cátaros, termo que vem do grego e significa “puros”. Tinham uma visão completamente oposta a dos papas, acreditavam que o mundo havia sido criado por uma divindade de caráter duvidoso, maléfica. Eram Gnósticos e maniqueístas, acreditando na existência do Bem e do Mal.

Para eles, o corpo físico era uma prisão. Só nos libertaríamos após a morte. Sendo assim, os humanos eram corruptos e o fim da procriação era necessário. Eram malucos, acreditavam que ter filhos era  trazer ao mundo mais matéria, mais maldade.

Os Cátaros foram perseguidos e dizimados. Foram os primeiros alvos da Inquisição. Imagem: Internet.

.

Contra o avanço dessa seita foi realizado o sínodo de Verona, em 1.148. Juntos, o Papa Lúcio III e o Imperador Frederico Barbarossa¹ lideraram um processo de perseguição sistemática a todos os hereges.  Em 1.189, aproveitando a existência dos cruzados, o papa Inocêncio III ampliou o encalço aos “inimigos”, declarando guerra aos cátaros.

A desordem era total e as guerras produziram milhares de mortes. Para tentar “organizar” as perseguições, fazer delas algo mais padronizado e oficial, o papa Gregório IX criou Tribunal da Santa Inquisição, em 1.231. A palavra Inquisição tem origem termo latino inquisitio, que significa “investigação”.

O tribunal era cruel. Julgava os suspeitos e, invariavelmente eram condenados a mortes horríveis. Quem cumpria as sentenças eram as forças do Estado. Imagem: Internet.

.

Mais a frente na história, cientistas, desafetos da Igreja e dos monarcas, mulheres e judeus também foram perseguidos. No caso dos judeus o interesse era muito parecido ao de Hitler, tomar suas posses. A caça chegou até nas Américas, trazida pelos colonizadores, só terminando no século XIX.

Em seu site, o Padre Paulo Ricardo escreveu sobre a Inquisição, achei bem interessante e polêmico:

“A Inquisição funcionou como um remédio para o sistema, imunológico da Igreja: na linha da analogia do Apóstolo, que compara a Igreja a um corpo místico. No decorrer dos tempos, esse mecanismo sempre esteve suscetível a falhas, seja por excesso, como acontecia nos séculos XI e XII, por conta da heresia cátara, seja por falta de ação, como acontece hoje, quando a Igreja é incapaz de identificar o seu inimigo e agir efetivamente contra ele.”

Leia o texto completo neste link. Obviamente, é a visão de alguém conservador e ligado a Igreja Católica, que assume os erros mas tenta justificar a origem das ações. Ousada opinião e nosso Blog não corrobora com ela, apesar de trazer o contraditório aqui.

Em nosso próximo texto finalizamos o assunto, com um dos acontecimentos mais impressionantes da história humana. Imperdível!

Siga o Professor Clebinho nas redes sociais, clique nos links: Facebook      Instagram      Linkedin      Youtube

Preparação para o Enem: Ligue (31) 99951-3797 e marque sua aula na Sala Lannes Belo Horizonte.

1 – Frederico Barbarossa: Foi Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

Publicado em 05.12.2019