114. Viagem ao Centro da Terra (Crosta)

Um dos assuntos mais interessantes da geografia é o estudo do interior do nosso planeta. Conhecer o que existe abaixo de nós é, além de tremendamente curioso, importante para o entendimento da dinâmica que transforma o relevo da Terra.

Em 1864, o célebre escritor francês Júlio Verne escreveu um livro explorando o interesse humano sobre o assunto. Obviamente, com os parcos conhecimentos da época, explorou  a ficção de forma belíssima, criando um universo bem diferente da realidade.

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Júlio Verne, francês, escritor de mais de 100 livros, traduzidos em 148 línguas. Veja sua biografia no site Wikipédia.

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O que existe abaixo de nós é algo bem diferente do imaginado no século XIX.

Buraco mais profundo já perfurado

Conhecemos somente o básico das profundezas do nosso planeta. Para chegarmos até o ponto mais profundo da Terra, teríamos que perfurar 6.371 quilômetros. Por hora, não chegamos nem perto disso.

Atualmente, o ponto mais profundo já atingido pelo homem está localizado na Rússia, o poço de Kola, que atingiu pouco mais de 12 quilômetros. O objetivo de se perfurar a crosta ficou distante. Principalmente a pressão e o calor impediram o progresso da experiência.

Conheça mais este enorme projeto no site Wikipédia.

Mina Mirny

Aproveitando o tema, os Russos parecem mesmo gostar de cavar. A maior mina de diamantes do mundo está localizada na Sibéria e se chama Mirny. A profundidade é relativamente pequena, 525 metros, mas o diâmetro impressiona, 1.200 metros. Atualmente, 25% dos diamantes do mundo vem deste interessante local.

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Mina de diamantes Mirny, na Sibéria. Imagem: Internet.

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Veja o vídeo em uma reportagem do programa Fantástico, da rede Globo. 

Interior Misterioso

Os alunos me perguntam sempre, se perfuramos somente 12 dos 6.400 mil metros que nos separam do núcleo, como sabemos o que existe dentro do planeta?

É um conjunto de ciências e análises. Sabemos o tamanho da Terra e sua força gravitacional, portanto, os cientistas podem calcular a massa do nosso planeta e, consequentemente, sua densidade. Um núcleo composto de ferro é o melhor modelo para se encaixar nos resultados dos cálculos.

Ainda existem os sismógrafos, aparelhos que medem as ondas sísmicas que atravessam o planeta após os terremotos. Cada camada do interior da Terra possui uma composição, densidade e temperatura, além de ser sólida ou líquida. As ondas de choque atravessam cada uma delas de uma forma diferente. Em laboratórios, os cientistas criam modelos que melhor se enquadram nos resultados encontrados.

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Sismo, tremor, e as ondas atravessando o planeta. Imagem: Internet.

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Existem também as análises de meteoros, corpos celestes menores que a terra, mas que podem nos dar pistas dos materiais que compõem os diferentes planetas rochosos do universo.

Outra forma de se inferir o que existe abaixo de nós é o fato de existir um forte campo magnético entorno da Terra. Isso só é possível pelo fato de existir grande quantidade de metal em movimento no interior do planeta.

Por fim, os cientistas analisam a composição do magma que extravasa dos vulcões, já que, através deles, pode-se observar o que existe lá dentro.

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O magma que sai dos vulcões, passando a se chamar lava, são boas fontes de informações sobre o interior do nosso planeta. Imagem: Internet.

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Sabemos então, basicamente, o que existe no interior do planeta. No futuro, não se descartam novidades nessa área, que podem surgir a partir de novos e modernos estudos.

Finalizada a introdução, vamos ao tema principal, as camadas da Terra. O texto 29 de nosso blog, já abordou este tema superficialmente.

Basicamente, nosso planeta se divide internamente em 3 partes: Crosta (neste texto), Manto e Núcleo (próximo texto).

Crosta (Litosfera)

A primeira camada do nosso planeta, a mais superficial, onde pisamos e vivemos, é conhecida como crosta ou litosfera (esfera de pedra).

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Didaticamente, podemos simplificar e fazer um paralelo entre a Terra e um ovo. A crosta é a casca (3), o Manto é a clara (2) e o Núcleo a gema (1). Imagem: Internet.

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A litosfera é a” casca” de nosso planeta, sólida e relativamente fina. Isso é explicado pelo fato do nosso planeta estar, aos poucos, se resfriando, de fora para dentro, formando uma fina crosta superficial.

Quanto mais próximo do nosso núcleo, mais quente, assim como uma batata saída da panela.

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Imagem da Terra sem os oceanos e os solos, para que você possa ver a totalidade da Crosta, camada superficial do planeta. Imagem: Brasil Escola

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Esta camada tem uma espessura bem variada. Em alguns pontos, geralmente abaixo dos oceanos, ela é mais fina, chegando a ter somente 6 Km de profundidade. Nas regiões continentais, principalmente abaixo das grandes cadeias de montanhas, a espessura chega a 70 Km.

2 - Perfil Crosta

A espessura da crosta varia entre a continental (maior) e a oceânica. Imagem: Internet.

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É importante ressaltar que a afirmação de que a Crosta é fina está levando em consideração a espessura total do planeta.

Princípio da Isostasia

O processo de flutuação da crosta sobre o material mais espesso presente abaixo dela (Magma), é conhecido como Isostasia.

Este equilíbrio isostático pode ser modificado caso os movimentos tectônicos ou (e) a erosão modificarem a distribuição do peso ao longo da placa, assim como um navio no mar.

Nossa Litosfera é toda quebrada em pedaços, conhecidos como placas tectônicas. Este tema será abordado em nosso blog no texto 116, após encerrarmos a “Viagem ao Centro da Terra”.

Próximo texto

Nosso próximo post (texto 115) continua descendo, até chegar ao Manto e Núcleo, duas camadas abaixo da crosta. Muita curiosidade e conhecimento pela frente, imperdível.

Espero ter aumentado seu conhecimento.  Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 27.04.2016