2. O Paradoxo da Arábia (Rivalidade Iraniana)

Continuando a prosa do post “O Paradoxo das Arábias “, completamos a história e a nossa concepção sobre o tema. Vamos começar já mostrando dois inimigos ferrenhos no Oriente Médio.

Charge muito interessante. Mostra A Arábia Saudita (esquerda) e seu grande rival no Oriente Médio, Irã. A pomba da paz já foi fuzilada pelos dois países. Imagem: Internet.

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Questões Paralelas

Como nem tudo é tão simples, existem questões paralelas e que envolvem interesses difusos e, muitas das vezes, apresentados à opinião pública mundial como o principal problema. Sabe-se que Arábia Saudita, país muçulmano, de maioria Sunita, disputa a hegemonia da região com o Irã, país muçulmano, mas de maioria Xiita, dentre tantos outros conflitos religiosos naquela região.

Apesar de vizinhos e muçulmanos, a Arábia Saudita é sunita, o Irã xiita. O atual conflito no Iêmen, como exemplo, foi provocado pela influência direta das duas potências petrolíferas. Imagem: Internet.

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Os Sauditas conseguem produzir um barril de petróleo por menos de 10 dólares, graças a abundância e a facilidade de prospecção, a quantidade que eles exportam permite uma variação e diminuição na margem de lucro que não os preocupa.

O Irã, apesar de também possuir enorme reserva, não conta com tanta facilidade, tem um histórico de guerra contra os EUA e sofre um cerco comercial. O preço baixo prejudica-os sobremaneira. Além da limitação de quais países e em quais condições ele pode vender seus barris

Países árabes, aliados dos EUA, foram protegidos das ameaças do Irã e do Iraque durante vários momentos, pois sempre foi do interesse norte-americano que o preço do petróleo fiquei baixo, prejudicando, além de Irã e Iraque, o maior adversário geopolítico dos EUA, a Rússia, país dependente da exportação de petróleo e gás. Quanto mais barato o petróleo, menor poder Putin tem para amedrontar o ocidente.

Michelle e Barack Obama recebidos pelo rei Salman na Arábia Saudita

Presidente Obama, o Rei Salman, da Arábia Saudita, e Michele Obama. O atual presidente norte-americano, Trump, é um aliado ainda maior dos árabes. Imagem: Internet.

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Outro inimigo dos EUA, e que está em grave crise econômica, pelo baixo preço do ouro negro, é a Venezuela. Desta forma, não poderia haver melhor quadro para os EUA, coloca em situação econômica complicada três adversários, Irã, Venezuela e Rússia, desenvolve alternativa ao petróleo, e vê as brigas étnicas e religiosas explodirem bem longe das Américas.

Ainda existe o Estado Islâmico,  radicais religiosos que, após dominarem poços de petróleo na Síria e Iraque, estão trocando óleo por armas e explosivos no mercado negro. O poder desses radicais esta diretamente ligado ao preço do Petróleo, portanto é do interesse Norte-americano e Saudita, um preço baixo, neste momento.

É um jogo de xadrez, intrincado. “Peões” que são países que não tem nada a ver com a “guerra”, como é o caso do Brasil, ficam à mercê dos humores de dois ou três dirigentes. E os cidadãos destes países ficam pensando: Se gasolina é de petróleo, e o barril tá abaixando de preço, quero que a gasolina abaixe de preço, sem ao menos sonhar que a coisa é mais complexa e nunca se sabe qual será o próximo movimento neste tabuleiro chamado Terra.

Interessante

Publiquei este texto no início de 2015. Na época, apostávamos que os aspectos mencionados no texto deixariam o óleo negro em preços mais baixos. Estamos agora em 9 de setembro de 2019 e até hoje o petróleo não recuperou seu valor, fechando em US$ 54,00. Sinal que o Blog do Clebinho estava certo.

Espero ter aumentado seu conhecimento. Curtam nossa página no Facebook e compartilhem nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 04.02.2015

Revisado em 09.09.2019

6 comments to “2. O Paradoxo da Arábia (Rivalidade Iraniana)”
  1. Clebinho, eu estava dando uma estudada um tempo atrás e reparei que a Petrobras está importando mais Petróleo do que produzindo e vendendo mais caro por causa dos erros cometidos no passado. Por mais doideira que parece eu estou investindo 20% dos meus ganhos em ações da PETR4, apesar dos roubos, ela é estatal e detentora do monopólio enérgico do Brasil vendendo a gasolina +50% mais caro.
    E as sansões colocadas para a Rússia pela panela do Petróleo não vai dura muito tempo, ouvi dizer que tem pequenos produtores e grandes falindo no EUA.

    • Daniel, algumas pessoas estão comprando ações da Petrobrás, acreditando que elas estão no fundo do poço e não cairão mais. Mas tem um detalhe, se a emopresa precisar de um grande aporte financeiro do governo, isso irá acontecer o que gera outro problema. Quando o governo injeta grana, ele exige em contrapartida ações da empresa, pode acontecer da Petrobrás emitir mais ações para o governo, diminuindo o valor de todas as outras, já que terá mais ações e o bolo continua do mesmo tamanho. Em resumo, pode cair mais!

    • Clebinho, as ações do “povão” são diferentes das ações do Governo. Existe Associação de defesa dos acionistas da Petrobrás, mesmo que as ações não deem direito a voto e outras bonificações. São coisas muito diferentes. Mas quem deseja investir na BR deve acompanhar e fazer uma série histórica desde a metade da década de 80. E Outra coisa… AÇÃO na bolsa não é para gente curiosa e que se acha imune às Mudanças do mercado global. Quem deseja investir em Bolsa deve comecar com valores pequenos e em FUNDOS DE INVESTIMENTO. E diversificar em setores diferentes.

    • Concordo, os especialistas dizem as pessoas não devem investir todas as suas economias na bolsa, somente uma parte, mesmo assim, essa quantia não deve ser algo essencial para sua saúde financeira, já que o investimento pode demorar a render e até mesmo diminuir. Bolsa é local para profissionais.
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  2. Bom, sem reações textos muito bem produzidos, acho que vai me ajudar muito para a preparação do ENEM, obvio que não é só lendo os textos mas vai ajudar demais, obrigado por nos ajudar clebinho!

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