185. Transportes

Nosso blog chega ao texto número 185 e o único grande capítulo da geografia que ainda não havíamos abordado era em relação aos meios de transporte. Problema prontamente resolvido com este post.

A forma como cada sociedade transporta suas pessoas e cargas faz parte da história de um país, assim como também do presente e levanta preocupações em relação ao futuro. A indústria e a agropecuária estão intimamente ligadas a forma como seus produtos chegam ao consumidor,  assim como os insumos necessários para produzir também precisam chegar a eles.

Basicamente, os transportes se dividem em:

Rodoviário

É realizado através das estradas, principalmente por automóveis, vans, ônibus e caminhões. Tem como pontos favoráveis ser o transporte de maior maleabilidade, podendo fazer a entrega porta a porta e também bastante prático, com fácil desenrolo burocrático.

Sua capilaridade permite que o produto seja levado do produtor diretamente ao comprador, conectando todas as regiões de um país. Para transporte de pequenas cargas a curtas distâncias é bastante indicado.

Comercialmente, teve início nos primeiros anos do século XX, em países como os EUA e a Alemanha. Ao longo do século cresceu exponencialmente, principalmente no Brasil. Atualmente, representa 62% do transporte de cargas em nosso país.

Comparação entre os modais de transportes dos grandes países. Só constam os 3 principais tipos, rodoviário, ferroviário e hidroviário. Imagem: Internet.

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Como ponto negativo temos a pequena capacidade de carga, em comparação com trens e barcos, e o altíssimo consumo de combustível. As rodovias também carecem de manutenções constantes, encarecendo este modal de transporte.

Para termos uma noção, para o transporte de mil toneladas de carga no Brasil, é necessário gastar R$ 43 por km em uma ferrovia, enquanto nas rodovias a média é de  R$ 259.

Ferroviário

É o modal de transportes realizado em cima de trilhos, através das locomotivas e seus vagões. Com tração animal ou humana existe há vários séculos. Indícios indicam que até mesmo na Grécia Antiga  transportavam barcos em sulcos cavados no chão, algo que lembra o transporte via trilhos. Entretanto, o que chamamos atualmente de ferrovias de ferro tiveram início com a 1º Revolução Industrial, quando foi desenvolvida a locomotiva movida a vapor.

Ao longo dos séculos XVII e XIX as ferrovias eram responsáveis por grande parte dos deslocamentos humanos e de mercadorias. No início a energia responsável pelo vapor era o carvão mineral, substituído, ainda no século XIX, por equipamentos à diesel e elétricos.

Tem como pontos positivos a grande capacidade de carga e baixo custo de manutenção das vias. Em média, uma ou mais locomotivas puxam 100 vagões, cada um com capacidade em torno de 72 toneladas. Todos os grandes países investem nesse modal, com exceção do Brasil.

Entre os grandes países possuímos a menor malha ferroviária. Imagem Internet.

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Também possui seus pontos negativos.  Possui uma flexibilidade reduzida e um alto custo de implantação. Isso é explicado pelo fato das composições terem tremenda dificuldade em relação aos aclives e declives. Não se pode construir uma ferrovia com inclinações que excedam 30º. Acima deste ponto seria difícil puxar na subida e frear na descida. O resultado é a necessidade de se contornar grandes variações de relevo ou fazer túneis e pontes. Tudo isso torna as construções de ferrovias bem mais caras que as rodovias. Também, em geral, necessita de um transporte complementar, para levar a mercadoria até as estações para embarque e também levá-las do ponto final ao comprador.

A impressionante malha ferroviária norte-americana. 9 Vezes maior que a nossa. Imagem: Internet.

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Desde de 1964, no Japão, são desenvolvidos trens de alta velocidade. Atualmente existem em inúmeros países europeus, asiáticos e nos EUA. Qualquer composição que se locomova a mais de 200 Km/h é considerada especial. Em geral, esses futuristas transportes trafegam a 320 Km/h, entretanto, em testes japoneses, um protótipo alcançou a impressionante marca de 603 Km/h. Se não acredita confira no site Globo-G1. 

O Maglev (Magnetic levitation transport) levita acima dos trilhos através do magnetismo..Ele flutua através de um campo magnético e chega a velocidades acima de 500 km/h. Imagem: Internet.

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Aquaviário/Hidroviário

É o transporte realizado sobre a água, seja ela doce (fluvial ou lacustre) ou salgada (marítimo). Sempre muito importante para os humanos, teve papel fundamental na descoberta das Américas, entre tantos outros lugares.

Teve grande revolução após a criação dos contêineres, caixa de metal, padronizada, que pode ser transportada entre modais diferentes, sendo transferida das embarcações para trens e caminhões. Chamamos isso de uma unidade intermodal.

A Alemanha investe em canais para conectar suas regiões. Vejam que interessante esta ponte aquática sobre um rio. Saibam mais no site Casa Vogue-Globo.

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Entre os 3 principais transportes, exatamente os primeiros tratados neste texto, é o que possui a maior capacidade de carga, além de um menor consumo de energia por tonelada transportada. É a forma mais barata para se transportar grandes cargas em enormes distâncias. Por outro lado, peca na questão da flexibilidade, enorme nos oceanos, porém, pequena dentro dos continentes.

Um barco empurrando 4 chatas. Isso nos mostra a imensa capacidade do transporte aquático. Imagem: Internet.

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Outra questão é a natureza, mesmo sabendo que existe a possibilidade de construção de canais, nem sempre o país dispõe de rios para dar início ao projeto, como no caso da Austrália e parte da Rússia, onde a água é congelada. Também não é barato construir uma hidrovia, tendo em vista obstáculos naturais que geralmente atrapalham, como cachoeiras, corredeiras, curvas acentuadas dos rios, entre outros. Neste caso são necessárias eclusas, barragens e outras intervenções de valor elevado.  Assim como no transporte ferroviário, na maioria dos casos se faz necessário um modal complementar, além de demandar um grande tempo de deslocamento, por ser lento.

No Brasil temos a incrível marca de 22.037 km de rios navegáveis. O detalhe é que desse total, 17.651 km estão na Bacia Amazônica, região com baixa produção industrial e pequenina população. Em termos de costa, aí sim vamos muito bem, possuímos 8,5 mil quilômetros navegáveis. Fonte: Ministério dos Transportes.

Aéreo

É realizado pelo ar, através de aviões e helicópteros, inventados no início do século XX. No futuro próximo, acredita-se que entregas serão feitas pelos drones, entretanto ainda não é uma realidade completa neste momento.

É o meio de transporte mais rápido. Bastante utilizado por pessoas para atravessar continentes, entretanto, pouco utilizado para cargas. O preço exorbitante faz com que somente produtos de altíssimo valor e pequeno peso sejam transportados por meio aéreo. As Forças Armadas utilizam muitos aviões cargueiros, mas neste caso é um nicho muito específico da sociedade.

Em relação a quem inventou o avião, existe uma grande controvérsia entre os EUA (1903 Irmãos Wright) e Brasil (1906 Santos Dumont). Os norte-americanos podem ter vindo antes, entretanto o avião do brasileiro era muito mais completo, tendo decolado pela força dos próprios motores, frente a uma catapulta usada pelos irmãos.

As chances de morrer em um acidente aéreos são pequenas. Fonte: Site IG.


Apesar de causar calafrios em alguns, é um dos meios de transporte mais seguros para os humanos, como podemos ver na tabela acima.

Dutoviário

É o transporte feito por dutos, como oleodutos e gasodutos. Alguns enterrados e outros aparentes. A pressão inserida nesses tubos permite a locomoção de produtos líquidos e gasosos.

Gasodutos cortando o mundo. Imagem: Internet.

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São muito importantes para a área de energia, transportando petróleo e gás natural por quilômetros em boa segurança. Entretanto, só transporta determinados produtos e sempre em uma mesma rota predeterminada, sendo úteis somente para algumas áreas de produção.

Observem a intrincada rede de gasodutos e gasodutos que levam energia da Rússia para outros países. Imagem: Internet.

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Existem também os minerodutos, como o nome já indica, são tubulações que levam minério. São excepcionais para a retirada de caminhões das estradas. O grande problema é que o minério é sólido, tendo que ser dissolvido na água para ganhar fluidez. Muitas críticas são feitas no sentido de se usar água limpa de rios para este transporte. No maior mineroduto do mundo, com 529 Km, entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, inúmeros problemas foram detectados, vejam mais em uma reportagem da Folha de São Paulo.

Próximo texto

Em nosso próximo post abordaremos os transportes no Brasil, complementando o assunto e despertando várias polêmicas. Imperdível!

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Publicado em 30.10.2017