207. Eras Geológicas (Fanerozoico/Cenozoico)

Nossos últimos 3 textos  se basearam na saga do planeta Terra e como se deu sua evolução. O post de hoje completa o assunto trazendo para nossos leitores a Era atual:

Era Cenozoica – 65 milhões de anos atrás até o presente momento

Quadro com a divisão completa da Era Cenozoica. Imagem: Internet.

.

A palavra deriva do grego kainós, novo, e zoikós, referente à vida animal. Em resumo, é a nova vida no planeta, os animais que surgiram e evoluíram na atual Era. 

É a Era que marca a evolução dos seres vivos que sobreviveram a tremenda escassez de alimentos provocada, possivelmente, pela queda de um meteoro no final do Cretáceo. Além disso, marca a formação das maiores cadeias de montanhas da atualidade.

Antes, essa Era estava dividida em dois Períodos (Terciário e Quaternário). Isso caiu em desuso, e o Terciário se fragmentou em dois (Paleogeno e Eogeno). O Quaternário continua o mesmo.

TERCIÁRIO/PALEOGENO – 65 A 23 MILHÕES DE ANOS TRÁS

Foi um momento de recuperação, com novas espécies dominando o cenário global. De início temos o domínio das aves, como grandes predadores, sendo substituídos pelos mamíferos, cada vez maiores e mais fortes. O desenvolvimento foi tão incrível que avançaram em direção aos oceanos, culminando na formação dos atuais cetáceos. Ocuparam o espaço deixado pelos dinossauros. Estudos recentes indicam que 95% dos mamíferos foram riscados do planeta juntos aos “dinos”, saiba mais em reportagem da revista Época. 

É uma fase de transição também no clima, mudando do quente e úmido característico do Cretáceo para um clima mais frio e seco, mais parecido com o atual. Com isso, as enormes florestas tropicais foram sendo substituídas por tundras, taigas e florestas temperadas. Tivemos também o desenvolvimento das gramíneas, e com elas a evolução do que chamamos hoje de savanas e pradarias.

Mesmo com esse resfriamento gradual, o planeta é dinâmico, e tivemos momentos de enormes aquecimentos globais, levando a extinção de espécies.

CLIQUE PARA ATIVAR O GIF. Índia se chocando com a Ásia, formando a Cordilheira do Himalaia. Imagem: Internet.

.

Os continentes continuaram se movendo, com a Índia já se encontrando em processo de colisão com a Ásia, formando a maior cadeia de montanhas da atualidade, o colossal Himalaia. Os Alpes e Cárpatos europeus, e os Atlas africanos também estavam se elevando durante todo esse período.

É subdivido nas Épocas:

  • Paleoceno – 65  a 56 milhões de anos atrás
  • Eoceno -56 a 35 milhões de anos atrás
  • Oligoceno – 35 a 23 milhões de anos atrás
TERCIÁRIO/NEOGENO – 23 A 1,6 MILHÃO DE ANOS ATRÁS

Nesse momento o planeta é dominado por savanas, e as Américas se unem através do istmo do Panamá. A configuração do planeta e de seus continentes se torna algo bem familiar para nós, parecido com o que temos atualmente.

Cerca de 70% da fauna dessa fase existe até os dias atuais. Os animais eram incríveis, com crocodilos e tubarões (megalodonte) muito maiores que os atuais. É provável que tenha sido os últimos momentos de aves carnívoras enormes, conhecidas como “Terror Birds” ou Aves do Terror, com até 3 metros de altura. Esses animais  de pena eram agressivos e gigantes,  dando suporte a teoria de que eles, e não os répteis, seriam os descendentes dos dinossauros.

Ave do terror, ou Phorusrhacidae, o maior predador das Américas. Saiba mais no site Mistérios do mundo. 

.

O mais importante em termos de evolução é o surgimento do gênero “Homo” e, com ele, traços da inteligência humana. Acredita-se que o Homo habilis seja nosso ancestral mais antigo dentro dessa perspectiva. Seus primeiros fósseis foram encontrados pelo antropólogo queniano Louis Leakey em 1964, no  Vale do Rift, na África oriental. Viveu entre 2,2 milhões a 780 mil anos atrás, na transição do Terciário/Neogeno para o Quaternário.

Os estudos sobre os ancestrais humanos estão em curso, e a todo momento surgem novas descobertas e teorias. Hoje, uma grande corrente de estudiosos acredita que descendemos do Homo habilis, reconstruído nessa foto. Imagem: Internet.

.

É subdivido nas Épocas:

  • Mioceno – 23  a  5 milhões de anos atrás
  • Plioceno – 5 a 1,6  milhões de anos atrás 
QUATERNÁRIO – 1,6 MILHÕES DE ANOS AOS DIAS ATUAIS

É a fase mais importante para nós, com o surgimento dos seres humanos.

É subdividido nas Épocas:

  • Pleistoceno – 1,6 milhões a 11,5 mil anos

O termo  deriva do grego pleistos, bastante mais e kainos, novo, ou seja, bastante mais novo.

Fase marcada pelas glaciações, 16 já detectadas até o momento pelos pesquisadores. Durante esses períodos gelados o nível dos oceanos recuou bastante, voltando aos níveis anteriores após o descongelamento.

Este momento marca a presença de enormes mamíferos pelo nosso planeta, entre eles mamutes, tigres dente de sabres, preguiças gigantes e o gliptodonte (parecido com um tatu gigantesco). Veja no Youtube esta incrível descoberta próximo a cidade de Buenos Aires.

Comparação entre um humano e o Gliptodonte. Imagem: Internet.

.

Ao final dessa fase surge o Homo Sapiens, do latim “homem sábio”. Mais uma vez existem controvérsias em relação a este tema, mas acredita-se que surgimos há 350 mil anos atrás, no leste da África, adquirindo o comportamento moderno, como por exemplo a linguagem,  há cerca de 50 mil anos. Essa descoberta foi recente, já que acreditava-se que  nossa espécie era bem mais recente, veja em reportagem do site UOL. 

Até o presente momento acreditamos que a evolução humana tenha sido assim. Imagem: Internet.

.

  • Holoceno – 11,5 mil anos atrás aos dias de hoje

Holo é um termo de composição que exprime a ideia de inteiro, todo. Como vimos no item anterior, ceno deriva do grego kainos, novo. Em resumo, inteiramente novo, já que é a Época mais nova, do Período atual.

É a fase que se inicia após a última Idade do Gelo, também conhecida como glaciação. A partir deste momento tem início o processo de mudanças globais promovidas pela espécie humana. Descobrimos a agricultura e começamos a nos transformar em seres sedentários, abandonando o nomadismo.

O total de humanos no planeta, naquele momento, era de 5 milhões de habitantes, algo próximo a população da Grande Belo Horizonte atualmente.

Em 1995, o vencedor do prêmio Nobel de Química, Paul Crutzen, Doutor pela Universidade de Estocolmo, cunhou o termo Antropoceno, para designar o atual momento do planeta. A palavra deriva do grego anthropo,  que significa “humano” e  ceno que significa “novo”, dando a entender uma nova Era mundial, a dos humanos. Esse termo não é oficial, mas sim uma forma informal de se chamar o Holoceno.

Não foi uma homenagem a nossa espécie, mas uma constatação do poder de alteração que viemos provocando no planeta. Nossas ações já provocaram a extinção de inúmeras espécies, mudamos a composição da atmosfera, curso de rios, destruímos montanhas inteiras, florestas, enfim, uma catástrofe.

A partir desse momento (entrada no holoceno), a Geologia¹ e a Paleontologia² passam a bola para a Arqueologia³, ciência responsável por estudar as culturas e os modos de vida das diferentes sociedades humanas que passaram e ainda existem em nosso planeta. No colégio, a geografia passa a ter a História como suporte, já que a partir desse momento o ser humano é o protagonista do planeta.

Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 02.07.2018

1- Geologia: , do grego geo, “Terra” e logos , “conhecimento”. Ciência que estuda a Terra, sua história e formação. Esse estudo é baseado nas rochas e as informações contidas nelas.

2 – Paleontologia: Paleo significa “antigo”, óntos “ser” e logos “conhecimento”. Essa ciência estuda a interação da biologia com a geologia, afinal, a partir de um momento no passado, a vida floresceu e evoluiu junto com nosso planeta. Os fósseis, cravados nas rochas, são as grandes fontes de informação.

Um paleontólogo analisando um fóssil. Imagem: Internet.

.

3 – Arqueologia: É uma ciência social que estuda as civilizações do passado e presente. Tem como grande fonte de informações restos materiais, artes, utensílios, armas e tudo mais que possa remeter a uma sociedade.