16. Me Empresta Um Barão?

O título do texto, bastante curioso,  é uma deixa para mostrarmos a origem da gíria Barão, quando nos referimos a dinheiro. Além, é claro, de mostrar a importância do Barão do Rio Branco, homem que na diplomacia conquistou territórios para nosso Brasil.

O Barão no Dinheiro

O termo se tornou popular pela presença do Barão do Rio Branco em cédulas e moedas do nosso dinheiro. Na década de 1950, a primeira homenagem:

Cédula de 5 mil Cruzeiros - 1956

Cédula de 5 Cruzeiros – 1956
Fonte: brasilmoedas.com.br.

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Tempos depois, na década de 198o, o Barão voltou a ser homenageado. Como eu nasci em 1977, me  lembro bastante dessa nota. Foi nesta época que propagandas na TV forjaram a gíria de “Barão” para se referir a dinheiro. Era a nota de mais alto valor à época, e a primeira a ter 1000 estampada. Tempos de inflação.

Cédula de 1000 Cruzeiros - 1981 Fonte: www.mercadolivre.com

Cédula de 1000 Cruzeiros – 1981
Fonte: www.mercadolivre.com.

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Atualmente, nossa moeda de 50 centavos também faz homenagem a este grande brasileiro, mas não acredito que a expressão “me empresta um barão” tenha voltado à moda.

Atual moeda de 50 Centavos. Fonte: www.dinheirodemetal.com

Atual moeda de 50 Centavos.
Fonte: www.dinheirodemetal.com.

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Quem foi o Barão?

Barão do Rio Branco,  José Maria da Silva Paranhos Júnior, (1845-1912) foi diplomata, advogado, geógrafo e historiador brasileiro. Foi Ministro das Relações Exteriores durante os mandatos dos presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Foi promotor público e deputado, ainda na época do Império. Foi Cônsul Geral do Brasil em Liverpool e ocupante da Cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras.

Nasceu no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1845, filho de José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, importante abolicionista e diplomata brasileiro. Nosso famoso barão, foi um importante homem na confecção do que é hoje o território brasileiro.

Disputas Territoriais

Em 1893, O Barão do Rio Branco foi nomeado chefe da missão brasileira encarregada de defender o Brasil em uma causa difícil, uma disputa pela região das Missões, ou Palmas, no Sul do Brasil. Disputa essa com nosso grande rival, a Argentina.

A decisão seria arbitrada pelo presidente Grover Cleveland, dos EUA, neutro em relação aos dois países contendores. Em 5 de fevereiro de 1895, a decisão final, favorável ao Brasil. Golaaaaaaço do Barão, em uma época em que o futebol ainda engatinhava. Vitória, e sobre a Argentina, melhor impossível!

Região disputada por Brasil x Argentina. Imagem: Internet.

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Em 1898, outra questão espinhosa teve que ser defendida pelo grande brasileiro, uma disputa com a poderosa França, que reivindicava a posse estado do Amapá. A disputa seria arbitrada pelo presidente do Conselho Federal da Suíça, Walter Hause.  Mesmo que a questão tenha sido arbitrada por um europeu, a defesa apresentada pelo Barão de Rio Branco foi determinante para a decisão foi favorável ao Brasil. O Amapá é nosso.

Região disputada entre Brasil e França. Imagem: Internet.

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E não termina por ai, em 1902, nosso político foi convidado pelo presidente Rodrigues Alves, a assumir a pasta das Relações Exteriores. De cara, mais uma disputa caiu nas mãos do Barão, a questão do Acre, território fronteiriço, que a Bolívia pretendia ocupar. A solução veio amigavelmente, muito bem negociada e resolvida pelo Tratado de Petrópolis, assinado em 1903. O nome da capital do território não poderia ser outro, Rio Branco.

Região disputada entre Brasil e Bolívia. Imagem: Internet.

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Isto mostra aos brasileiros, um pouco da história de um homem, que sem disparar uma bala sequer, sem ameaças ou violência, conquistou territórios e delimitou as  fronteiras do Brasil. Um exemplo, em época de tanta violência e tão pouca diplomacia.

Barão do Rio Branco, o maior diplomata da história do Brasil. Imagem: Internet.

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Espero ter aumentado o conhecimento de todos os leitores. Curtam nossa página no Facebook e compartilhem nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 11.03.2015

5 comments to “16. Me Empresta Um Barão?”
  1. Muito bom…. o Brasil, mesmo assim não valoriza seus personagens ….

  2. A grande maioria dos brasileiros, e não “O BRASIL” tem alguns problemas culturais e comportamentais.
    Um deles é ter memória fraca.
    Outro, mais grave, é ser bastante seletivo nas coisas gerais do país. O individualismo serve para não perceber as coisas do nosso país como deveria.
    O caso do Barão de Rio Branco é exemplar. Se perguntar para 100 alunos do ensino médio, às portas do ENEM, alguma questão relativa a este post, NÃO SABERÃO responder (e adultos tb não!). Mas se perguntarem sobre algum personagem do exterior, envolvido em polêmicas entre países, saberão responder. É o PODER da mídia… A grama do vizinho é sempre mais verde.

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