146. Terrorismo: 11 de Setembro

Nossos últimos textos nos mostraram a conflituosa relação dos EUA com o mundo islâmico. O post de hoje relembra como essa complicada convivência resultou em mortes e sofrimentos.

Após entender como surgiu a Al Qaeda e sua aliança com o grupo Talibã, vamos listar os principais ataques terroristas perpetrados por grupos radicais do Oriente Médio contra interesses norte-americanos:

World Trade Center,  Nova Iorque, 26 de fevereiro de 1993

O primeiro grande ataque da Al Qaeda ocorreu em Nova Iorque, nas torres do WTC, 8 anos antes dos atentados de 11 de setembro. A ideia era derrubar os dois prédios que simbolizavam a pujança econômica da cidade e do país.

Pela manhã, os terroristas entraram com um furgão Ford no estacionamento de uma das torres. Pelos cálculos, 700 Kg de explosivos foram acionados por volta de meio dia, abrindo uma cratera de 30 metros de diâmetro, atingindo 4 pavimentos. Seis pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas.

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Buraco aberto no estacionamento do WTC em 1993. Na foto observa-se 3 andares conectados. Imagem: FBI

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O objetivo inicial não foi alcançado, mas aterrorizou a população de Nova Iorque.

O arquiteto do plano foi o paquistanês Ramzi Ahmed Yousef, financiado pela Al Qaeda. Em 1995, dois anos após o atentado, ele foi capturado em seu país de origem e extraditado para os EUA, onde foi condenado a prisão perpétua.

Torres Khobar, Arábia Saudita, 25 de junho de 1996

O ano de 1996 marcou a saída de Bin Laden do Sudão e sua chegada no Afeganistão. Concomitante a esta mudança, a Al Qaeda praticou mais um ato covarde.

Como já dissemos em textos anteriores, um dos maiores motivos de conflito entre os radicais religiosos muçulmanos e os EUA são os usos de bases militares na Arábia Saudita. Um dos complexos utilizados pelos norte-americanos está localizado na cidade de Dhahran.

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Localização de Dhahran, cidade alvo do terrorismo. Imagem: Internet

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No dia 25 de junho de 1996, terroristas entraram no complexo com um caminhão tanque carregado de explosivos plásticos. A detonação praticamente destruiu o prédio, deixando uma cratera no piso. O ataque matou 19 militares dos EUA e um saudita. Quase 400 pessoas ficaram feridas.

960626-N-00000-001 U.S. and Saudi military personnel survey the damage to Khobar Towers caused by the explosion of a fuel truck outside the northern fence of the facility on King Abdul Aziz Air Base near Dhahran, Saudi Arabia, at 2:55 p.m. EDT, Tuesday, June 25, 1996. Several buildings were damaged and there were numerous U.S. casualties. The latest information from Dhahran indicates that 19 people are dead and 64 people are hospitalized. Additionally, over 200 have been treated for injuries and released. The facility houses U.S. service members and serves as the headquarters for the U.S. Air ForceÕs 4404th Wing (Provisional), Southwest Asia. DoD photo.

Observem o tamanho da cratera aberta pela explosão que destruiu parte do prédio. Imagem: Internet

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Este atentado inspirou um filme muito interessante chamado “O Reino”.

O mentor do atentado, Ahmed al-Mughassil,  foi preso em 2015, em Beirute, Líbano. Confiram no site da CBS. 

Embaixadas norte-americanas no Quênia e Tanzânia, 07 de agosto de 1998

O dia 7 de agosto de 1998 reservou acontecimentos terríveis em solo africano. Duas embaixadas norte-americanas, uma em Nairóbi (Quênia) e outra em Dar es Salam (Tanzânia), foram atacadas com carros-bomba.

A primeira explosão foi  em Dar-es-Salaam, causando 11 mortes e ferindo 85 pessoas. O atentado em Nairóbi foi ainda pior e ocorreu doze minutos após o primeiro. Mais de 200 pessoas morreram, entre elas 12 norte-americanos.  O total de feridos ultrapassou 4 mil indivíduos. O prédio, no centro da cidade, abrigava bancos, cooperativas e escritórios particulares e públicos.

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Prédio da embaixada norte americana totalmente destruído em Nairóbi, Quênia. Imagem: Mwakilishi

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Em retaliação, o presidente norte americano na época, Bill Clinton, ordenou o bombardeio de uma fábrica no Sudão, antigo local de moradia de Osama Bin Laden. Campos de treinamento de terroristas no Afeganistão também foram alvos.

Bin Laden foi considerado o grande culpado pelo ataque, se tornando, já em 1998, o homem mais procurado do mundo.

USS Cole, Iêmen, 12 de outubro de 2000

Neste dia, dois homens terroristas navegando um bote cheio de explosivos encostaram em um destróier norte americano, chamado USS Cole, que estava ancorado no porto de Áden, no Iêmen. Detonaram a carga exatamente onde ficava o dormitório, pareciam conhecer bem a embarcação.

A explosão abriu um rasgo de 6,6 metros por 13 metros no casco do navio, matando 17 marinheiros.

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Clique na imagem para ampliar. Maquete do ataque ao USS Cole. Imagem: registeredevil

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O USS Cole era um dos mais modernos navios de guerra do mundo, mas não estava preparado para um ataque tão simples. Mais uma vez a Al Qaeda assumiu o ato.

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USS Cole danificado. Imagem: Internet

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Word Trade Center e Pentágono, 11 de setembro de 2001

Sem sobra de dúvidas, o ataque terrorista mais impressionante de todos os tempos, por tudo que o envolveu, ocorreu no ano de 2001. Esse dia é, até hoje, o ápice do terrorismo internacional. A própria data se tornou um grande ícone.

Na manhã de 11 de setembro, um dia aparentemente normal para os norte-americanos, 19 terroristas sequestraram 4 enormes aviões (dois Boeing 757 e dois Boeing 767) , totalmente abastecidos para atravessarem o país, e os lançaram contra alvos predeterminados.

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Clique na Imagem para Ampliar. Percurso dos aviões sequestrados. Imagem: Internet

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Às 08:46, o Voo 11 da American Airlines atingiu a Torre Norte do WTC. Cerca de 17 minutos depois foi a vez do Voo 175 da United Airlines atingir a Torre Sul. 

Clique para ativar o GIF. Voo 175 se aproximando do WTC. Imagem: Internet

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Às 9:37 o Voo 77 da American Airlines atingiu o Pentágono. Um quarto avião, o Voo 93 da United Airlines caiu no estado da Pensilvânia. Através dos familiares dos passageiros, que conseguiram falar com seus parentes durante o sequestro, sabemos que houve luta corporal pelo controle do avião, que se chocou com o solo as 10:03.

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Capa do filme Voo United 93, onde podemos ter uma boa noção do que se passou naquele fatídico dia. Imagem: Divulgação

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Os possíveis alvos desse voo seriam a Casa Branca ou o Capitólio, local de trabalho dos congressistas norte-americanos.

A Torre Sul desmoronou as 9:59, após queimar por 56 minutos. Mesmo atingida antes, a Torre Norte resistiu por 102 minutos e também entrou em colapso.

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O impressionante desabamento das torres. Imagem: Internet

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Tudo indica que o calor produzido pela queima de combustível derreteu parcialmente a estruturas de aço que mantinham os prédios de pé, causando um desmoronamento de cima para baixo.

O total de vítimas gira próximo a 3 mil pessoas, incluindo os 19 sequestradores, 184 mortes no Pentágono,  44 no avião que caiu  e 343 bombeiros de Nova Iorque, que subiram nas torres para debelar o incêndio.

Pior do que perder seus parentes foi nem poder enterrá-los, já que mais de 1.100 corpos não foram encontrados ou identificados.

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O que sobrou do WTC. Imagem: Internet

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Vejam os dados financeiros, coincidências, cronologia e mais fotos deste impressionante dia no site Megacurioso.

A questão do uso militar de bases na Arábia Saudita pelos norte-americanos, tema de nossos últimos textos, foi tão influente, que dos 19 sequestradores do 11 de setembro, 15 eram sauditas. Completam o grupo um libanês, um egípcio um nascido nos Emirados Árabes Unidos. Conheçam todos eles no site G1. 

Os atentados mudaram completamente a geopolítica internacional. Inaugurou uma nova fase nas relações entre os EUA e mundo muçulmano, ainda mais complicada.

Internamente, novos protocolos de segurança foram criados pelas autoridades norte americanas, além de leis que permitiram invadir a privacidade de qualquer cidadão do planeta.

Próximo texto

Nossos 3 últimos textos mostraram as causas do 11 de setembro. Finalizando o assunto, veremos as consequências diretas dos atentados, como as invasões do Afeganistão e Iraque.

Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 30.11.2016